Projeto Educativo

“NÓS, OS OUTROS E O MUNDO” O porquê da escolha deste tema?

No que concerne ao Tema coletivo do Projeto Educativo “Educar para Preservar”, escolhemos a “Expressão e Comunicação” para ser o suporte do mesmo, para que a escola seja vista como um todo, capaz de adaptar, criar, receber, dar, recriar… afim de sermos os responsáveis pelas nossas ações e intervenções no mundo.

Educar para Preservar” surge com a problemática ambiental sentida nos tempos atuais pelo mundo inteiro.

Neste projeto assumimos ser uma unidade educativa que privilegia uma educação globalizadora, integrante, que potencia, valoriza e promove a capacidade de observação, o sentido crítico, a transformação, a exploração e vivência de emoções, e o desenvolvimento da criatividade das crianças. Neste sentido, a qualidade da vida imaginativa da criança carece de um ambiente favorável ao “faz-de-conta”, em que ela expressa e comunica a forma como perceciona o mundo que a rodeia, aprende a identificar, a pôr hipóteses, a resolver as questões com que se depara.

Atividades lúdicas e divertidas são ideais para despertar o interesse da criança sobre a importância da preservação do planeta. Uma boa opção são os trabalhos com reciclagem, que possibilitam que as crianças descubram, através de suas potencialidades criadoras, as possibilidades de reaproveitamento da matéria-prima e os efeitos positivos deste tipo de ação para o meio ambiente.

Construir brinquedo, utilizando materiais de desperdício é uma maneira simples e atrativa de mostrar às crianças que materiais que costumam ter como destino os lixos podem se tornar objetos úteis e interessantes. Além de desenvolver a criatividade, este tipo de atividade contribui para a perceção de valores importantes sobre a preservação ambiental e são fundamentais na formação de cidadãos ecologicamente conscientes e responsáveis.

Os trabalhos com reciclagem na educação infantil mostram, na prática, a importância da contribuição de cada um na conservação do meio ambiente. Através destas atividades, podem perceber seu papel como agentes e transformadores do meio e reconhecer os efeitos de suas atitudes no mundo em que vivem.

Pretende-se que as ações desenvolvidas pelas crianças e também pela comunidade educativa, proporcione a tomada de consciência de que simples atitudes individuais podem, no seu conjunto, melhorar o Ambiente global. Deste modo, pretende-se que as crianças se habituem a participar nos processos de decisão e a tomarem consciência da importância do ambiente no dia-a-dia da sua vida pessoal, familiar e comunitária.

Contudo o que parece essencial neste domínio, quaisquer que sejam os assuntos abordados e o seu desenvolvimento, são os aspetos que se relacionam com os processos de aprender: a capacidade de observar, o desejo de experimentar, a curiosidade de saber e a atitude crítica.

Relativamente à reciclagem, esta é uma forma de valorizar o material que já foi utilizado, transformando-o em material útil. É um método de diminuir a quantidade de resíduos, poupando recursos naturais e energéticos. Para que os materiais possam ser reciclados, é necessário que sejam separadamente recolhidos e transportados para indústrias recicladoras.

Dominios do tema

Escolhida a temática coletiva – Expressão e Comunicação esta ganha corpo através de vários domínios:

– Expressão Motora;

– Expressão Musical;

– Expressão Dramática;

– Expressão Plástica;

– Domínio da Linguagem;

– Domínio da Matemática.

Incidimos, assim, sobre aspetos essenciais do desenvolvimento que imprimem na criança o desejo de continuar a querer explorar, descobrir e aprender ao longo da vida.

Na nossa prática educativa proporcionamos às crianças situações diversificadas de aprendizagem e necessariamente mais complexas ao longo do seu desenvolvimento valorizando as suas experiências, descobertas e apoiando a reflexão a criança apropria-se, assim, da forma de se expressar e comunicar.

Apropriação esta, inevitavelmente de “mãos dadas” com a área da Formação Pessoal e Social, em que os domínios da identidade, autoestima, independência, autonomia, cooperação e respeito pela diferença assumem particular importância na formação global da criança, tornando-a interessada pela área do Conhecimento do Mundo localizando-a no espaço e no tempo, percecionando o ambiente natural e o dinamismo da natureza e das relações entre as pessoas.

Definição e seus valores de fundamentação Projeto Educativo (PE) é um documento orientador da prática Educativa ao mesmo tempo que é expressão de identidade e de autonomia, construídas pela consciência progressiva de um processo que se pretende inovar no futuro.

Valores em que se fundamenta o Projeto Educativo. Para além de valores de caráter normativo, o presente Projeto assume ainda outros Pilares:

– De caráter identitário, pois pretende reforçar a identidade da Instituição como uma unidade de gestão que integra de forma articulada e assertiva as diversas respostas sociais que o constituem;

– De caráter ideológico, ao assumir-se como um ideário propulsor de práticas educativas de caráter empírico-funcional, uma vez que tem como referência a experiência acumulada ao longo dos anos que permite traçar novos caminhos para a ação educativa;

– De caráter local, pois o contexto em que o Projeto se insere é o pano de fundo em que irá desenvolver-se a sua referência em cada momento, desde a sua conceção à sua implementação e posterior avaliação;

Assim, o Projeto Educativo é uma proposta educativa própria de uma Instituição (Fundação Benjamim Dias Costa) e a forma global como se organizar para dar resposta à educação das crianças, às necessidades dos encarregados de educação, ao acompanhamento da criança em parceria com a família e às características da comunidade.

Construir um projeto educativo à medida de determinadas vocações é um objectivo nobre, que não só dignifica a instituição como enriquece todos os intervenientes na iniciativa. Nesta linha de orientação, o perfil do cidadão que se pretende para os novos tempos que se avizinham, será o de um interventor decisivo na elaboração, desenvolvimento prático e validação do projecto vocacional, para o que, indiscutivelmente, carece de uma orientação credível e ao longo da vida, a qual será prestada por instituições escolares dos vários níveis do ensino/aprendizagem e formação, para o efeito dotadas dos recursos humanos, técnicos e financeiros especificamente apropriados.

Com efeito, caminha-se para uma sociedade cada vez mais exigente, instruída, informada, interventora e com poderes decisórios, porque os jovens se tornam cada vez mais exigentes na definição do seu percurso profissional e na orientação vocacional.

Pretendemos que este projeto “Educar para Preservar” dignifique estes novos cidadãos, não só enquanto tal, como ainda enquanto pessoas humanas, portadoras de valores, de princípios, de sonhos e de projetos de vida, certamente, em função da sua cultura. Que maior riqueza e benefício para um país sem preconceitos xenófobos, etnocêntricos, religiosos, ideológicos ou outros?

Investir na educação em ordem à construção de uma sociedade instruída, culta e cívica, corresponde a terminar com a maior parte dos conflitos mundiais, a médio prazo. No limite, significa, entre outras interpretações igualmente legítimas, educar para a cidadania.

DESTE MODO, O NOSSO PROJETO EDUCATIVO PRETENDE:

A educação Ambiental não deve ser tratada como algo distante do quotidiano das crianças, mas como parte de suas vidas. É de extrema importância a consciencialização da preservação do Meio Ambiente para a nossa vida e todos os seres vivos, afinal vivemos nele e precisamos que todos os seus recursos naturais sejam sempre puros. A consciencialização quanto a essa preservação deve iniciar cedo, pois é muito mais fácil fazer as crianças entenderem a importância da natureza e quando esse ensinamento se inicia desde cedo, elas vão assimilando e crescer com essa ideia bem formada e interiorizada.

Um fator primordial para a preservação do meio ambiente é a utilização e a prática dos 3 Rs (Redução, Reutilização e Reciclagem), pois através dela é possível tirar do meio ambiente coisas que levariam décadas para desintegrar.

Os três R’s da Educação Ambiental: Redução, Reutilização e Reciclagem.

Redução Consiste em reduzir o lixo “evitando” a produção do resíduo. É possível evitar a produção do resíduo, por exemplo, utilizando produtos fabricados de forma diferente, embalados de forma diferente, preferindo frutas e verduras frescas às já embaladas.

Reutilização Significa encontrar uma nova serventia para esse produto, em que grande parte das suas propriedades ainda possa ser rentabilizadas caso, por exemplo, de um pneu que seja recauchutado; grande parte dos materiais usados para o seu fabrico e toda a tecnologia vai ser aproveitada, apenas se acrescentando a borracha gasta durante o seu primeiro ciclo de vida.

Reciclagem A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária) em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. Para compreendermos a reciclagem, é importante “reciclarmos” o conceito que temos de lixo, deixando de enxergar como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado.

MATERIAL RECICLÁVEL

  • Papel: jornais, revistas, folhas de caderno, formulários de computador, aparas de papel, fotocópias, envelopes, provas, rascunhos, papel de fax, caixas em geral, cartazes velhos;
  • Plástico: garrafas de refrigerante, água, potes de margarina, sacolas e sacos em geral, frascos de material de limpeza, amaciantes, baldes, potes de iogurte, de sorvete, copos descartáveis, embalagens;
  • Metal:  lata de folha de flandres (lata de óleo, salsicha, leite em pó, nescau, etc.), latas de alimentos em geral;
  • Vidro: garrafas de todos os formatos, garrafas de bebida, frascos de cosméticos, potes de conservas, etc.;
  • Alumínio: Latas de bebida e embalagens em geral.

MATERIAL NÃO-RECICLAVEL (REJEITOS)

  • Papel: etiqueta adesiva, papel carbono, fita crepe, papéis sanitários, papéis metalizados, papéis parafinados, papéis plastificados, papéis sujos, guardanapos, fotografias.
  • Plástico: tomadas, cabos de panela, embalagens de biscoito.
  • Metal: esponjas de aço, clips, grampos.
  • Vidros: Espelhos, lâmpadas, cerâmica, porcelana, tubos de tv.

As crianças começam a aprender a importância da reciclagem na creche, na pré, no Centro de Atividades de Tempos Livres, na escola através de diversos projetos. As aulas de arte, de música, são muito boas para fazer esta iniciação, pois é possível criar coisas incríveis com materiais recicláveis e com isso as crianças já vão aprendendo muito sobre o assunto e com certeza vão crescer um adulto melhor. A criança assimila rapidamente as informações e se elas passarem a entender que a reciclagem pode ajudar em mais de cinquenta por cento na preservação elas com certeza vão ajudar muito no futuro. Vale salientar que desenvolveremos nossas atividades de forma interdisciplinar priorizando todos os eixos temáticos.

Objetivos Gerais

– Sensibilizar as crianças e o meio educativo sobre a importância da preservação do Meio Ambiente, identificando as situações que causam danos à ecologia como: poluição, desmatamento, queimadas extinção de animais e outros estimulando assim o interesse pela natureza, e também enfatizar a problemática do lixo e a solução oferecida pela reciclagem.

– Conscientizar encarregados de educação e crianças, bem como toda a comunidade educativa sobre a importância da coleta seletiva do lixo, do reaproveitamento dos materiais recicláveis e do tempo de decomposição.

– Proporcionar que oportunidade da criança usar e desenvolver a criatividade;

– Proporcionar condições de criar e aprimorar o senso crítico, mediante a análise do material, (embalagens, recipientes, etc.) que são adquiridos e jogados fora.

– Esclarecer os conceitos de “Redução”, “Reutilização” e “Reciclagem”;

– Demonstrar a importância do reaproveitamento das embalagens de produtos industrializados;

– Transformar o “lixo” urbano em brinquedos de forma simples e criativa;

– Promover uma orientação segura quanto ao uso da criatividade e adaptação de materiais úteis;

– Promover todas as metodologias integradas para que as crianças tenham a possibilidade em desenvolverem as suas capacidades a sua criatividade e o seu desenvolvimento pessoal e social com o recurso à música, a arte, à linguagem, à escrita, à matemática, à expressão motora, à expressão dramática;

– Incentivar a criatividade;

– Desenvolver habilidades na construção e/ou montagens de materiais e/ou aparelhos;

– Promover a utilização livre e ampla da inteligência, do bom senso e da responsabilidade na execução de atividades mentais e práticas;

–  Aproveitar o material sucata, por ser um material de baixo custo e fazer adaptações para a substituição de material convencional;

– Promover alternativas significativas para modificações de estratégias e mudanças no comportamento final da criança e da comunidade educativa.

Objetivos Específicos

Sensibilizar junto das crianças a importância de vivermos e convivermos em um ambiente limpo;

-Relacionar as cinco cores básicas aos lixos correspondentes. (Verde= vidro, Amarelo=metal; Azul= papel; Vermelho= plástico; Marrom= orgânico).

– Sensibilizar as crianças a auxiliarem no cuidado com os seus espaço;

– Incentivar a prática de atitudes conscientes quanto à limpeza dos espaços que os envolve, sensibilizar, incentivar à pratica e á transmissão da prática.

– Refletir sobre nossas atitudes no dia a dia;

– Produzir brinquedos e outros objetos através do lixo que não é lixo

– Incluir no dia a dia das crianças hábitos conscientes sobre reciclagens.

– Desenvolver com as crianças uma lista de atitudes benéficas para com o meio em que vivemos;

– Utilizar os brinquedos desenvolvidos em sala nos momentos lúdicos;

– Socializar com outras crianças o que conseguimos produzir através dos materiais recicláveis;

– Levar as crianças a perceber a transformação do material reciclável, através do homem;

– Envolver a família na produção de brinquedos recicláveis, como forma de incentivar e entusiasmar os pais e familiares nessa proposta;

– Compreender o período de decomposição de cada elemento;

– Reconhecer os elementos prejudiciais a natureza;

– Promover a conscientização da importância da reciclagem para o meio ambiente;

– Identificar para selecionar os materiais;

– Entender o processo de reciclagem;

– Despertar e desenvolver as capacidades potenciais dos alunos;

– Despertar cada criança para as inter-relações entre os elementos que compõem o meio ambiente, das quais os seres humanos são parte integrante.

Metodologia

A forma de desencadear e criar um projecto é invariavelmente a resposta no terreno às linhas orientadoras duma filosofia de Educação de Infância. Concretamente em relação ao Projecto da Fundação, seguimos uma metodologia em que o currículo está centrado na criança e, como tal, toda a acção educativa é dinamizada a partir dos seus reais interesses e necessidades. Para tal, para além das planificações a longo e a curto prazo, são também feitas planificações para cada grupo de crianças, pelos educadores e auxiliares de acção educativa, de maneira a se poder agir de acordo com as dicas e sinais que as crianças vão dando a cada momento e que os técnicos, com a sua observação atenta e sensibilidade, vão detectando e interpretando.

Seguimos, ainda, uma metodologia que valoriza a estruturação duma equipa, fomentando o trabalho de grupo para a troca de saberes e uma pesquisa conjunta que respeita e estimula a participação individual, numa linha de defesa da gestão individualizada da própria aprendizagem. Desta forma, pode dizer-se que é uma metodologia em que se acredita que, num contexto de educação, não só as crianças, mas também os adultos estão em constante aprendizagem e deverão estar em permanente busca de saber e actualização de conhecimentos. Para tal, a discussão e partilha através da prática do diálogo construtivo são também por nós valorizadas e postas em prática através de reuniões de técnicos semanais e de conversas informais entre técnicos e crianças.

A Fundação procura, de igual modo, o intercâmbio entre culturas diferentes para um enriquecimento da própria cultura, através de um alargamento da comunidade educativa aos mais diversos parceiros sociais. Essa procura começa, pois, na relação entre os profissionais e nos modelos que os mesmos transmitem às crianças, isto é, sendo exemplo de pessoas que, não só respeitam, como também valorizam as diferenças individuais. A Fundação acredita, portanto, que a melhor metodologia a seguir é aquela que permite que cada criança se sinta singular; se sinta importante; capaz; pessoa de valor…

Assim, pode dizer-se que é uma metodologia em que se parte daquilo que a criança já sabe para a promoção da próxima etapa de desenvolvimento a estimular, entendendo-se que todas as crianças têm forças; todas as crianças têm competências e o importante é sabermos encontrar qual a melhor maneira para alcançarmos a melhor forma de ajudarmos a desenvolvê-las.

É uma metodologia que encara a criança como ser pensante, participativo e com ímpeto natural exploratório, logo, é uma metodologia que permite à criança liberdade para procurar o seu auto-conhecimento; uma metodologia que repara e oferece condições de experiências de “vida real” com o objectivo de “aprender a vida vivendo-a”.

Cada técnico terá que aplicar as orientações da equipa de acompanhamento do projecto educativo para que cada resposta social empregue o mesmo modelo.